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Uma caracterização das primeiras cerâmicas neolíticas de Portugal (VI milénio a.C.) foi há poucos anos publicada nas páginas desta mesma revista. No entanto, a investigação mais recente tem vindo a dar atenção a três aspetos, que são discutidos aqui: 1) a relação entre cerâmica cardial e boquique, em que a primeira se pode considerar mais antiga se se atender a uma avaliação crítica da evidência cronoestratigráfica disponível; 2) os novos achados da chamada ?cerâmica simbólica?, que incluem abundante evidência de representações antropomórficas e zoomórficas a par de exemplos, mais escassos, de plantas e representações solares; e 3) as análises petrográficas e químicas de cerâmica e argilas, que apontam para a conclusão segundo a qual peças cardiais e com cordões eram transportadas a longa distância por via marítima. Alguns sítios atualmente em estudo poderão proporcionar novos conhecimentos sobreestes temas num futuro próximo.
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